Quem visita o Paraná e pede um “pão com vina” pode ficar confuso à primeira vista. Mas para os paranaenses, especialmente em Curitiba e nas cidades do interior, o termo é perfeitamente familiar. A palavra “vina” é um regionalismo carinhoso usado para se referir à salsicha, e sua origem tem tudo a ver com a imigração europeia no Sul do Brasil.
A origem da palavra “vina”
O termo vem do alemão Wiener Wurst, que significa literalmente “salsicha de Viena” (Wien é o nome de Viena em alemão, e Wurst quer dizer salsicha). Os imigrantes alemães e austríacos trouxeram suas tradições culinárias ao Sul do Brasil, e com elas vieram as famosas salsichas vienenses.
Com o tempo, o som de Wiener — pronunciado algo como “víner” — foi sendo abrasileirado. Nas conversas do dia a dia, o termo acabou encurtado e transformado em “vina”. Assim, o que era originalmente Wiener Wurst passou a ser chamado simplesmente de vina. Dessa forma o nome que se popularizou entre os descendentes de imigrantes e se espalhou por boa parte do Paraná.
O pão com vina: um clássico curitibano
O “pão com vina” é um símbolo da comida simples e afetiva do Sul. Tradicional em lanchonetes, botecos e bares de bairro, o sanduíche leva pão francês, uma ou duas salsichas (as vinas), e acompanha molhos, maionese, batata palha e outros recheios ao gosto do freguês. É o equivalente paranaense do cachorro-quente, mas com identidade própria.
Em Curitiba, algumas lanchonetes mantêm a tradição viva há décadas, oferecendo o lanche em versões tradicionais e gourmetizadas. É comum ouvir expressões como “Vamos comer uma vina?” — algo que faz parte da cultura e do sotaque local.
Um sabor que conta história
Mais do que uma simples palavra, “vina” representa um pedacinho da herança cultural deixada pelos imigrantes europeus. É a prova de como a língua e a gastronomia se misturam ao longo do tempo, criando expressões únicas que viram marcas registradas de uma região.
Então, se você passar pelo Paraná, não estranhe o cardápio: peça um pão com vina e experimente não só um lanche saboroso, mas também um pedacinho da história e da identidade paranaense.
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