Jogadores de futebol só se relacionam com loiras? Mito, realidade e estereótipos no esporte

Quando se fala em vida pessoal de jogadores de futebol, um estereótipo costuma surgir: o de que atletas de sucesso só se relacionam com mulheres loiras. Mas até que ponto isso é verdade? A imagem de “craque ao lado de uma modelo loira” foi construída muito mais pela mídia e pelo imaginário coletivo do que pela realidade dos relacionamentos no meio esportivo.

O peso do estereótipo

Durante décadas, revistas e programas de TV exploraram a ideia de que o jogador de futebol bem-sucedido deveria estar acompanhado de uma mulher dentro de um certo padrão: branca, loira e com corpo de modelo. Essa representação, muitas vezes repetida em propagandas, capas de revistas e redes sociais, ajudou a consolidar um clichê que não corresponde à diversidade de histórias dos atletas.

Além disso, há também a questão do status social. Muitos jogadores, especialmente os que vieram de contextos humildes, passaram a enxergar nesse padrão de relacionamento um símbolo de ascensão. Assim, a ideia do “jogador e sua musa loira” foi reforçada como sinônimo de sucesso.

A realidade dos relacionamentos

Na prática, porém, há inúmeros exemplos que quebram esse mito:

Thiago Silva, atualmente no Fluminense, é casado com Isabele Silva, também morena.

Samuel Eto’o, ídolo camaronês, é casado com Georgette Eto’o, negra.

Mario Lemina , meio-campista gabonês do Galatasara, é casado com Fanny Neguesha

Questão sociológica

Especialistas em sociologia do esporte destacam que a repetição desse estereótipo na mídia está ligada a padrões de beleza historicamente associados ao ideal. Assim, muitos relacionamentos entre jogadores negros e mulheres negras acabam recebendo menos visibilidade. Isso reforça uma lógica de embranquecimento midiático, que ainda persiste no futebol e em outras áreas.

Dizer que “jogador de futebol só se relaciona com loiras” é um mito que resiste mais na imaginação popular do que na realidade. Os relacionamentos dos atletas são diversos e refletem, acima de tudo, escolhas pessoais. O que ainda pesa é a forma como a mídia seleciona e exibe esses relacionamentos, reforçando certos padrões e invisibilizando outros.

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