A Espanha estuda a possibilidade de boicotar a Copa do Mundo de 2026 caso Israel se classifique para o torneio. A informação foi levantada na última terça-feira (16/9) pelo porta-voz do Congresso espanhol, Patxi López, que defendeu a exclusão do país israelense de eventos esportivos internacionais.
“É o que estamos fazendo no momento [pedindo a exclusão de Israel das competições], depois avaliaremos”. Afirmou López, sugerindo que o boicote à Copa é uma opção concreta.
Exclusão de Israel e o “caso Rússia”
A medida, segundo o porta-voz, não seria exclusiva do futebol, podendo se estender a outros campeonatos. López defende que a exclusão de Israel faria com que o mundo “abrisse os olhos” para os conflitos na região.
O político traçou um paralelo com a situação da Rússia, afastada de competições internacionais após a guerra na Ucrânia. “Por que com a Rússia sim e com Israel não? Onde está a diferença?”, questionou, indicando a incoerência em permitir a participação israelense enquanto a russa é vetada.
Ainda de acordo com López, a posição reflete o sentimento de grande parte da sociedade espanhola, que tem se manifestado contra os ataques em Gaza. “Não podemos e não ficaremos em silêncio”, declarou, mencionando ainda os atletas palestinos mortos no conflito.
Situação das seleções em campo
Enquanto a Espanha está em boa fase e se aproxima da vaga no Mundial de 2026, Israel busca a classificação em um grupo difícil das Eliminatórias europeias, que inclui Noruega e Itália. A seleção israelense está atualmente em 3º lugar, com 9 pontos.
Chances de Israel na Copa do Mundo de 2026 e o dilema com a Espanha
A participação da seleção de Israel na Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá, é uma possibilidade real, sustentada pela boa fase de sua nova geração de jogadores. A equipe atual tem como base o grupo que teve um desempenho notável no Mundial Sub-20 de 2023, que, curiosamente, teve sua sede alterada da Indonésia para a Argentina. A mudança foi motivada pela recusa da Indonésia, país de maioria muçulmana, em receber a seleção israelense. Na competição, a equipe de Israel surpreendeu, chegando às semifinais e terminando em terceiro lugar, eliminando o Brasil nas quartas e final.
Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, Israel disputa a vaga pela UEFA, já que por questões políticas não compete pela confederação asiática (AFC). A seleção está no Grupo I, ao lado de Noruega, Itália, Estônia e Moldávia. Atualmente, ocupa o terceiro lugar, o que a coloca na briga por uma vaga na repescagem. A disputa pela vaga direta, tudo indica, ficará com a Noruega.
O dilema do boicote espanhol: Blefe ou ameaça real?
A possibilidade de a Espanha boicotar o Mundial de 2026, caso Israel se classifique, levantada pelo porta-voz do Congresso espanhol, Patxi López, é cercada de incertezas. Apesar da declaração, a Espanha vive um momento de grande expectativa, com uma geração talentosa, liderada pelo jovem craque Lamine Yamal, sendo vista como uma das favoritas ao título.
É pouco provável que a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) acolha a ideia de um boicote. A FIFA, que rege o futebol mundial, tem uma política de não permitir que manifestações políticas interfiram no esporte, o que tornaria um boicote da Espanha algo passível de punições severas.
Além disso, a Espanha será, juntamente com Portugal e Marrocos, sede da Copa do Mundo de 2030, o que reforça a improbabilidade de uma ruptura com a FIFA. Diante disso, a ameaça de boicote parece ser mais uma postura política do que uma decisão com chances de se concretizar. Se Israel conquistar sua vaga, a Espanha, com toda a certeza, também estará lá.
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