O nível do lago Guaíba está prestes a atingir um novo marco entre esta terça-feira (14) e quarta-feira (15). Na manhã de hoje, o nível alcançou 5,18 metros, de acordo com os dados mais recentes divulgados no painel de monitoramento da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), localizado no Cais Mauá, às 5h desta terça.
O recorde anterior do lago em 2024 foi de 5,33 metros, registrado em 5 de maio. A previsão atual indica que as águas deverão ultrapassar essa marca ainda nesta terça, atingindo cerca de 5,4 metros. Vale ressaltar que o pico anterior remonta à enchente de 1941, quando o nível alcançou 4,76 metros.
A cidade de Porto Alegre encontra-se fortemente afetada pela cheia do rio Guaíba. Até esta terça-feira (14), tanto o aeroporto quanto a rodoviária permanecem fechados devido às enchentes. Além disso, diversas residências e estabelecimentos comerciais continuam submersos.
De acordo com projeções do Índice de Pesquisas Hospitalares (IPH), é estimado que o Guaíba leve pelo menos 30 dias para alcançar uma altura inferior a 3 metros. Durante a enchente histórica de 1941, foram necessários 32 dias para que o rio retornasse às condições normais.
Em razão das cheias do Guaíba, o bairro Lami, localizado no extremo sul de Porto Alegre, teve que ser evacuado durante a madrugada. Aproximadamente 300 famílias foram obrigadas a deixar suas residências, buscando abrigo em casas de familiares ou em locais de acolhimento. O bairro encontra-se às margens do lago.
Além do Guaíba, outros oito pontos de medição em rios e lagoas, monitorados pela Defesa Civil, ultrapassaram a cota de inundação. Conforme informações do Departamento de Gestão de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) do Rio Grande do Sul, nove desses pontos estão acima do nível de inundação, restando apenas o Rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, fora dessa lista até o momento. No entanto, o aumento no volume de água do rio já provocou danos em áreas da Argentina e do Uruguai, resultando em mais de 4.500 deslocados.
Segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil, o Rio Grande do Sul contabiliza 147 mortes, 127 desaparecidos e 806 feridos. O órgão registra ainda 538.245 pessoas desalojadas e 77.405 abrigadas. No total, 450 dos 496 municípios do estado enfrentaram algum tipo de problema, afetando 2.124.203 pessoas.
As previsões indicam uma queda na temperatura devido à chegada de uma frente fria vinda de Santa Catarina em direção ao Rio Grande do Sul. Rajadas de vento são esperadas, o que pode dificultar o escoamento da água.