O campo está vazio, as redes não balançam mais com tanta freqüência, a gurizada não disputa as famosas peladas com os “pias da rua de cima”. Será que a rapaziada não curte mais jogar bola? Nossa região tem alguns campinhos, porém, aparentemente não despertam mais atenção da moçada. Diferente do que era até pouco tempo, agora, é fácil encontrar a cancha livre. Aqui, evidentemente estamos falando dos espaços públicos, existem lugares privados que cobram, mas a ideia aqui não é está. Lembro que antes da era da internet era difícil você ir com seu time na praça, a chance de encontrar outros jogando era grande. Agora é difícil montar um time. Essa geração parece que perdeu o gosto pelo esporte, a modalidade atualmente é tudo online.
A geração de agora tem dificuldades de entender como era bacana os campinhos, ou até mesmo jogar na rua. A lenda que diz que o jogo só acabava quando o dono da bola ia embora, é verdadeira. Na maior parte das partidas não havia técnica, porém, todos se entendiam. Uniforme era simples: time sem camisa, com camisa. O pior jogador do time era “gentilmente” convocado para o gol. Os tempos eram outros, não havia tanta tecnologia como temos de uns tempos para cá. Era o passa tempo dos fins de semana, especialmente aos sábados à tarde, domingo nem sempre, já que muitos iam para casa dos avôs almoçar.
É uma pena que isso se perdeu, não digo isso por saudosismo, mas pelo o que essa geração se transformou. Sempre ouvimos que esporte é saúde, mas é muito mais do que isso, possibilita a interação social. E não venha com o papo: ah, mas eu não tenho talento para jogar, sou muito ruim. Ok, pode ser verdade, mas a conceito aqui não é formar atletas profissionais, e tirar a gurizada do sedentarismo. Mostrar para eles que existe vida fora da internet, aliás, mostrar que a vida acontece aqui. Gostaria de ver os campos com jogos novamente, é uma diversão sadia e não custa nada. A bola não está rolando, mas ela pode voltar a rolar.