Tsunami após terremoto de 8,8 na Rússia gera alerta em países do Pacífico e evacuações em massa

Onda de destruição ameaça Japão, Havaí, Alasca e até a América do Sul; milhões já foram retirados de áreas de risco

Um forte terremoto de magnitude 8,8 sacudiu a costa leste da Rússia na noite desta terça-feira (29), horário de Brasília, e provocou uma série de alertas de tsunami em dezenas de países banhados pelo Oceano Pacífico. O tremor, considerado um dos mais intensos das últimas décadas na região, gerou pânico, interrupções de serviços e evacuações em massa em diversos pontos do globo.

Alerta de tsunami se estende por todo o Pacífico

Segundo o Serviço Geofísico da Academia Russa de Ciências, abalos secundários com magnitudes de até 7,5 ainda podem ocorrer ao longo do próximo mês, aumentando a preocupação das autoridades.

Nos Estados Unidos, alertas foram disparados para o Havaí, Alasca e toda a Costa Oeste, com estimativas de chegada de ondas nas próximas horas. Opresidente Donald Trump declarou que os sistemas de defesa civil seguem em alerta máximo.

Japão evacua quase 2 milhões de pessoas

No Japão, as autoridades orientaram mais de 1,9 milhão de pessoas a evacuar suas casas nas áreas litorâneas. As autoridades japonesas alertam para ondas de até 3 metros. As sirenes de emergência foram ativadas em Hokkaido ainda na madrugada de quarta-feira (30), onde moradores procuraram refúgio em telhados e prédios elevados.

A Agência de Gestão de Incêndios e Desastres do Japão informou que 21 prefeituras estão sob ordens de mobilização, com destaque para Kanagawa, Wakayama e Hokkaido.

Aeroportos e balsas paralisados

O aeroporto internacional de Sendai, ao norte de Tóquio, teve suas operações suspensas, assim como diversas balsas em Aomori, Hokkaido e na Baía de Tóquio.

Havaí e Alasca entram em alerta máximo

Do outro lado do Pacífico, o Havaí determinou a evacuação imediata de zonas costeiras. No Alasca, as primeiras ondas já atingiram o litoral. A previsão indica que o tsunami deve alcançar o Oregon e Washington por volta das 23h35 (horário local), São Francisco à 0h40 e o Porto de Los Angeles à 1h.

Rússia declara emergência no extremo leste

O distrito russo de Severo-Kurilsk, na península de Kamchatka, declarou estado de emergência após diversas ondas atingirem o porto local. As ondas arrastaram contêineres e embarcações, e os serviços de emergência retiraram cerca de 300 pessoas às pressas da região.

Impactos globais: da Ásia à América do Sul

Filipinas e Indonésia ativaram protocolos de alerta. De acordo com o Instituto Filipino de Sismologia (PHIVOLCS), ondas de até 1 metro devem atingir o litoral entre 13h20 e 14h40 (horário local).

Na América do Sul, o Chile emitiu alerta de tsunami para toda a faixa litorânea. A marinha do Peru monitora o avanço das ondas, enquanto o Equador prevê impactos de até 1,4 metro nas Ilhas Galápagos ainda pela manhã. O alerta também foi estendido ao México e à América Central, do norte da Baixa Califórnia até o Panamá.

Tsunami no Brasil: mito ou ameaça real?

Entenda se há risco de ondas gigantes atingirem o litoral brasileiro e o que dizem os especialistas sobre tsunamis no Atlântico

Com os recentes alertas de tsunami no Pacífico, após um terremoto de magnitude 8,8 na costa da Rússia, muitos brasileiros se perguntam: “É possível um tsunami atingir o Brasil?” A resposta é mais complexa do que parece e envolve geologia, oceanografia e muita ciência.

Tsunami no Brasil: existe essa possibilidade?

A boa notícia é que o Brasil não está localizado em uma zona de subducção, que são regiões onde ocorrem os grandes terremotos capazes de gerar tsunamis. Nosso país está posicionado no centro da Placa Sul-Americana, longe das bordas tectônicas ativas, como acontece no Pacífico.

Ou seja, a chance de um tsunami causado por um terremoto oceânico atingir o litoral brasileiro é extremamente baixa.

Mas e o Oceano Atlântico?

Os especialistas consideram o Atlântico, que banha toda a costa brasileira, muito mais estável do que o Pacífico, onde fica o famoso ‘Círculo de Fogo’, responsável por 90% dos terremotos e tsunamis no planeta. Ainda assim, isso não significa risco zero.

Um dos cenários que mais preocupa os cientistas é o possível deslizamento de uma grande parte do vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, na costa da África. Em teoria, esse colapso poderia gerar um mega tsunami que cruzaria o Atlântico e chegaria ao Brasil, Caribe e costa leste dos EUA.

Contudo, a chance de isso acontecer é remota e exigiria um evento muito específico e raro. Além disso, as simulações mostram que, mesmo nesse caso extremo, as ondas perderiam muita força ao longo do caminho até o Brasil.

E os tremores que ocorrem no Brasil?

O Brasil já registrou tremores de terra em estados como Amazonas, Acre, Mato Grosso e até no Nordeste, mas eles ocorrem no interior do continente e não têm força para provocar tsunamis. Esses abalos são geralmente de baixa magnitude e não oferecem riscos significativos à costa.

O Brasil está preparado?

Mesmo com o baixo risco, o Brasil participa de sistemas internacionais de alerta para tsunamis, em especial através da UNESCO e do Centro de Alerta de Tsunamis do Atlântico. Em algumas regiões litorâneas, como no Nordeste, a Defesa Civil já realizou planos de evacuação e simulados em parceria com autoridades locais.

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