Será possível uma micronação disputar uma Copa do Mundo?

A Copa do Mundo atrai até mesmo quem não costuma acompanhar o esporte. É uma magia diferente, que mexe com o coração dos povos e cria a expectativa de ver sua nação se destacar. Entre as seleções que tradicionalmente figuram no torneio, estão Brasil, Argentina, Alemanha, França e Inglaterra. O caminho até a competição começa cedo, nas eliminatórias, que já permitem antever como será o Mundial. A cada edição, surge uma seleção surpresa, que não costuma estar entre as elites do futebol.

Claro, isso se deve a diversos fatores, desde a falta de interesse pelo esporte até a carência de incentivos. No entanto, quando essas barreiras são superadas, fica evidente que o futebol está, sim, ao alcance de todos. Alguns países são celeiros naturais de talentos, enquanto outros ainda precisam lapidá-los. Mas e quando uma nação é minúscula e não tem como repor jogadores a curto prazo? Será que essas seleções podem sonhar, um dia, em disputar uma Copa do Mundo?

Ao observar o mapa-múndi, encontramos vários exemplos: ilhas do Caribe ou do Pacífico, ou pequenas nações europeias como Liechtenstein, Andorra, San Marino e Luxemburgo. Alguma delas poderia acreditar nessa possibilidade?

Até hoje, a que chegou mais perto foi o Taiti, que disputou uma Copa das Confederações. Apesar de ter perdido por 10 a 0 para a Espanha, a seleção pôde sentir um gostinho de como é participar de um torneio de alto nível. Mas, em relação à Copa do Mundo, nenhuma micronação conseguiu até agora.

Analisando o histórico das eliminatórias, percebe-se que, a curto prazo, nenhuma delas deve se classificar. A população de muitas caberia em um estádio: Liechtenstein tem cerca de 40 mil habitantes, e Nauru, no Pacífico, apenas 12 mil. Não há como comparar com gigantes do futebol.

No entanto, com a globalização do esporte, muitos atletas migram para ligas estrangeiras. Alguns clubes de Liechtenstein até participam do sistema de ligas suíço. Com a ajuda de jogadores talentosos, como Mario Frick (hoje treinador), a competitividade dessas seleções melhorou levemente. Antes, enfrentá-las era sinônimo de goleada; hoje, já há um certo “quem sabe”. Liechtenstein, por exemplo, já venceu Letônia, Islândia, Azerbaijão, Luxemburgo e San Marino, além de ter empatado com Eslováquia e Portugal.

San Marino é a pior seleção no ranking da FIFA: tem apenas duas vitórias na história (ambas contra Liechtenstein) e alguns empates, sendo o mais surpreendente contra a Letônia.

Já as ilhas do Pacífico enfrentam outro desafio. Lá, a Nova Zelândia domina facilmente, mas a fragilidade dos adversários acaba prejudicando seu desenvolvimento. A Austrália migrou para a Ásia justamente para evoluir.
Luxemburgo está em situação um pouco melhor que seus pares europeus. Antes, sofria nas eliminatórias; hoje, já consegue pontuar. Chegou até a disputar a repescagem da Eurocopa, mas perdeu para a Geórgia. Ainda assim, é uma evolução notável.

Quem sabe a melhor chance de uma micronação participar do torneio seja como sede? Isso poderia acontecer se, por exemplo, Luxemburgo se unisse a Holanda e Bélgica para uma Copa do Benelux, talvez em 2038.

Mas será que essas seleções um dia disputarão o torneio? É difícil prever. Pela realidade atual, parece improvável, mas nunca se sabe quando pode surgir um jogador excepcional em algum desses lugares. Só o tempo dirá. Enquanto isso, que continuem jogando e disputando as eliminatórias – afinal, para muitas delas, é mais uma forma de lazer do que profissionalismo. E, quem sabe, em algum momento, possam fazer história e carimbar, pela primeira vez, o passaporte para o maior torneio esportivo do planeta.

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