Esperanto: a língua universal que quase mudou o mundo

Você já ouviu falar no esperanto? Criado no século XIX com a proposta de unir povos por meio de uma língua neutra e fácil de aprender, o esperanto ainda desperta curiosidade e atrai adeptos em todo o mundo. Dessa forma, entenda como surgiu essa língua planejada, por que ela não se tornou universal e como ela sobrevive até hoje.

O que é o esperanto?

Primeiramente o esperanto é uma língua artificial criada pelo médico polonês Lejzar Ludwik Zamenhof Zamenhof em 1887. Seu objetivo era simples e ambicioso: desenvolver uma forma de comunicação neutra, internacional, fácil de aprender e livre de conflitos culturais.

A palavra “esperanto” vem do pseudônimo que Zamenhof usou ao lançar o projeto: Doktoro Esperanto, que significa “Doutor Esperançoso”. Com vocabulário derivado principalmente de línguas europeias e uma gramática regular, o esperanto se tornou rapidamente uma das línguas planejadas mais bem-sucedidas da história.

Lejzar Ludwik Zamenhof

Por que o esperanto foi criado?

Zamenhof nasceu na cidade de Białystok, na época parte do Império Russo, um verdadeiro caldeirão cultural com conflitos frequentes entre russos, poloneses, judeus, alemães e lituanos. Ele acreditava que a barreira linguística era uma das principais causas de ódio e intolerância.

Sua proposta era ousada: uma língua internacional, neutra e justa, que não favorecesse nenhum povo em particular. Mais do que um idioma, o esperanto era um projeto de paz mundial.

Por que o esperanto não virou língua universal?

Apesar de ter ganhado simpatizantes em diversos países, o esperanto enfrentou desafios desde o início. Alguns dos principais motivos para ele não se tornar a língua global são:
Falta de apoio político: nenhum país adotou o esperanto oficialmente.

Disputas ideológicas: em tempos de guerra e regimes autoritários, foi até perseguido.

A ascensão do inglês como língua internacional, impulsionada pelo poder econômico e cultural dos Estados Unidos.

Mesmo assim, nunca desapareceu — pelo contrário, se manteve vivo graças a uma comunidade global engajada.

Quem fala hoje a língua?

Atualmente, estima-se que entre 1 milhão e 2 milhões de pessoas tenham algum conhecimento. Embora esse número pareça pequeno, é maior do que o de muitos idiomas nacionais.

Existem: Cursos gratuitos online, como o oferecido no Duolingo.

Encontros internacionais de falantes, como o Congresso Universal de Esperanto.

Música, literatura e redes sociais dedicadas à língua.

Curiosamente, algumas crianças já crescem com o esperanto como segunda língua materna em lares bilíngues de pais esperantistas.

É fácil aprender?

Uma das maiores vantagens da língua é a sua simplicidade. Veja por que tantos consideram essa a língua mais fácil do mundo:
Gramática com 16 regras básicas, sem exceções.
Palavras formadas por raízes e sufixos lógicos.
Escrita fonética: escreve-se como se pronuncia.

Quem fala português pode aprender em poucos meses com dedicação leve — e ainda ganha um “empurrão” para aprender outras línguas depois.

Leia também: Quem são os papáveis

Esperanto e turismo cultural

Para viajantes e entusiastas de cultura, o esperanto é um passaporte para um mundo alternativo. Há hostels, eventos, fóruns e até programas de hospedagem entre esperantistas, como o Pasporta Servo — uma espécie de Couchsurfing entre falantes do idioma.

Você pode conhecer gente do Japão, Finlândia, Brasil ou Irã… e todos conversando numa língua sem fronteiras.

Ainda vale a pena aprender ?

Se você gosta de línguas, tem interesse por cultura internacional ou acredita em um mundo mais unido, o esperanto pode te surpreender. Mesmo que não seja a língua universal dos sonhos de Zamenhof, ele cumpre até hoje o seu papel de unir pessoas de diferentes origens em nome da paz, da empatia e da comunicação.

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