Brasil na Concacaf enfraquecerá a seleção

O que faz uma equipe ou seleção se desenvolver no esporte é justamente a rivalidade e a competitividade que os adversários proporcionam. Isso ajuda na modernização e no fortalecimento da equipe, afinal, é possível identificar erros e pontos que precisam ser ajustados. Algo que só acontece quando os adversários possuem um nível técnico semelhante. Foi por isso que a Austrália decidiu se desfiliar da OFC e migrar para a Ásia, onde encontrou um ambiente mais competitivo para o desenvolvimento de seus talentos.

Na última semana, cogitou-se a possibilidade de o Brasil se desfiliar da Conmebol e se juntar à Concacaf. Na América do Sul, a seleção brasileira tem adversários à altura, como Argentina e Uruguai, além de seleções que oferecem bons desafios, como Colômbia, Chile e Paraguai. Enfrenta dificuldades jogando na altitude contra a Bolívia. Em resumo, dos nove adversários sul-americanos, o Brasil já venceu, perdeu e empatou com todos, o que permite uma avaliação mais precisa do time e uma preparação competitiva para torneios internacionais.

No entanto, qual seria o problema na Concacaf? Bem, a confederação não se resume apenas a México e Estados Unidos, nem a seleções medianas como Costa Rica e Honduras – adversários que o Brasil já está acostumado a vencer. Há também seleções amadoras ou com um nível de futebol muito inferior. Disputando as eliminatórias na Concacaf, o Brasil se classificaria sem grande esforço para competições como a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos. No entanto, enfrentar seleções como Suriname, Belize e São Cristóvão e Névis em nada agregaria na preparação para o Mundial. Com todo respeito às seleções do Caribe e da América Central, não há como utilizá-las como parâmetro de desempenho.

O rebaixamento do nível de competitividade afetaria diretamente a seleção brasileira. O que faz o futebol nacional ser grande, além dos talentos individuais, é justamente ter adversários que testam essas habilidades e permitem que sejam lapidadas.

É claro que a migração do Brasil para outra confederação é improvável, mas, caso ocorresse, seria um dos maiores erros já cometidos.

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