O deputado estadual Renato Freitas (PT) tornou-se alvo de mais uma denúncia na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta semana. A representação, protocolada pelo deputado Tito Barichello (União), acusa o petista de quebrar o decoro parlamentar durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na última segunda-feira (24). O caso pode ser encaminhado ao Conselho de Ética da Casa, com possibilidade de punições que variam de advertência à cassação do mandato.
Barichello, que é policial civil e se autointitula “Delegado Xerifão”, alega que Renato Freitas ofendeu o deputado Marcio Pacheco (PP) durante a reunião da CCJ. Além disso, a denúncia cita como motivos para o pedido de cassação do petista o fato de ele ter chamado o presidente da CCJ, Ademar Traiano (PSD), de “corrupto” e ter empurrado um assessor parlamentar durante a sessão.
O embate entre os parlamentares ocorreu no momento em que Renato Freitas se preparava para ler um voto em separado. Segundo o petista, um assessor de Marcio Pacheco começou a fazer “gracinhas e caretas” durante sua fala. Irritado, Renato questionou o assessor sobre o comportamento e exigiu respeito. Pacheco, por sua vez, rebateu dizendo que o assessor era de seu gabinete e que Renato “não mandava na CCJ”. O clima se acirrou quando o petista chamou Pacheco de “coronelzinho”, gerando mais tensão no plenário.
A situação escalou ainda mais quando Ademar Traiano, presidente da CCJ, interveio na discussão. Traiano, que já teve desentendimentos públicos com Renato Freitas no passado, afirmou que o petista deveria respeitar os colegas e fez uma ameaça velada: “Aqui não tem coronelzinho, tem deputado. Eu conheço sua história, tenho sua ficha.”
A sessão, que já estava tumultuada, teve um novo episódio polêmico quando uma mulher que assistia à reunião foi presa após defender Renato Freitas. Ela afirmou que o assessor de Pacheco “ria como um macaco”. Apesar de o assessor ser branco, Tito Barichello ordenou a prisão da mulher sob a alegação de que se tratava de um caso de racismo.
Antagonismo político
Renato Freitas e Tito Barichello são conhecidos por seus embates na Assembleia, especialmente em discussões relacionadas à segurança pública. Enquanto o petista critica a atuação violenta da Polícia Militar no Paraná – que, segundo ele, já resultou em mais de 2,3 mil mortes desde o início do governo Ratinho Jr. (PSD) em 2019 –, Barichello defende a atuação das forças policiais.
A denúncia contra Renato Freitas será analisada pela Mesa Diretora da Assembleia, que decidirá se o caso será encaminhado ao Conselho de Ética. Caso seja aberta uma investigação, o deputado poderá sofrer punições que variam de uma simples advertência até a perda do mandato. Este não é o primeiro processo contra o petista, que já foi alvo de outras representações por supostas quebras de decoro parlamentar.
O caso reacende as tensões políticas na Alep e coloca em evidência as divergências ideológicas entre os parlamentares, em um cenário marcado por polarizações e conflitos pessoais. A situação também levanta debates sobre os limites da liberdade de expressão e do respeito ao decoro no ambiente legislativo.
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