Muçulmanas estão tendo que escolher entre a fé e o esporte, pois a França proibiu suas atletas que confessam a fé islamica de usarem o hijab. A ministra de esportes da França, Amélie Oudéa-Castéra, anunciou a proibição do uso do véu para desportistas e integrantes das comissões técnicas do país durante os Jogos Olímpicos de 2024. Segundo ela, o uso do véu islâmico contraria o princípio da laicidade do Estado.
A declaração gerou grande polêmica nos meios esportivo e político. A ONU, por exemplo, classificou a medida como uma “prática discriminatória”. Marta Hurtado, porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, afirmou que ninguém deve ditar às mulheres o que elas devem ou não vestir. Ela lembrou que a convenção sobre a eliminação da discriminação contra as mulheres exige que todas as partes tomem “todas as medidas apropriadas necessárias para modificar qualquer modelo social ou cultural baseado na ideia de inferioridade ou superioridade de um ou outro sexo”.
Amélie Oudéa-Castéra declarou à televisão pública France 3 que as representantes das delegações francesas não usarão o véu islâmico. Contudo, ela reconheceu que a medida contraria a doutrina do Comitê Olímpico Internacional (COI), que vê o hijab como um aspecto cultural e não religioso. Embora a lei francesa não proíba explicitamente o uso do véu nas competições esportivas, ela o faz para representantes públicos no exercício de suas funções.
ONU Condena a Medida contra muçulmanas
A ONU reforçou sua posição contra a imposição de vestimentas às mulheres. Marta Hurtado destacou que as restrições à expressão de religiões ou crenças, como a escolha do vestuário, só são aceitáveis em circunstâncias muito específicas. Ela também mencionou que práticas discriminatórias podem ter consequências prejudiciais.
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