Crimes que chocaram o país: Eliza Samudio

Eliza Samudio da Silva Moura teve um fim trágico e envolto em muitos mistérios, e até hoje seus restos mortais não foram localizados. Modelo e namorada do goleiro Bruno, que na época atuava no Flamengo, ela vivenciou um relacionamento marcado por traições, violência e promessas não cumpridas, culminando em seu assassinato em 2010, um crime que chocou o Brasil e ainda hoje gera dúvidas e comoção

Do fruto deste relacionamento nasceu Bruninho, filho que o goleiro negava a paternidade, mas mesmo assim pressionava Eliza a fazer um aborto. Após o nascimento, Bruno prometeu que auxiliaria na criação do menino, mas somente após ela acionar a justiça para o reconhecimento da paternidade.
De acordo com as investigações, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e um primo do goleiro, que tinha 17 anos na época, levaram Eliza do Rio de Janeiro ao sítio do jogador em Esmeraldas, Minas Gerais. Lá, ela foi torturada, mantida em cárcere privado e, segundo investigações, morta e esquartejada. Também se comentou que seu corpo foi dado aos cães para ser comido.

O caso teve grande repercussão na mídia brasileira e gerou comoção popular. Prenderam e condenaram Bruno e outros envolvidos no crime. O goleiro recebeu uma sentença de 22 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato de Eliza, sequestro e cárcere privado.

Goleiro Bruno

Quando Eliza engravidou, Bruno estava casado com Dayanne Rodrigues do Carmo de Souza. Ele relatou que a conheceu Eliza em uma orgia na casa do goleiro reserva do Flamengo na época, Paulo Vítor. Em outubro de 2009, Bruno agrediu Eliza e tentou forçá-la a tomar remédios abortivos.

Durante a audiência do caso do desaparecimento de Eliza, Bruno afirmou tê-la visto pela última vez em 10 de junho, quando ela saiu do sítio de táxi, supostamente levada pelo amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Bruno teria dado R$ 30 mil a Eliza para que ela “arrumasse a vida”.

A ex-mulher de Bruno foi a primeira a ser presa, acusada de esconder o filho de Elisa durante as buscas da polícia no sítio do jogador. Em seu depoimento, Dayanne afirmou que o filho de Eliza era fruto de um relacionamento entre Bruno e a estudante, durante um período em que o casal estava separado.

Bruno e Dayanne tiveram duas filhas juntos, mas se divorciaram em 2011 após os acontecimentos.

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Luiz Henrique Romão, o Macarrão

Amigo e funcionário de Bruno, Macarrão era seu braço direito. Pouco antes do desaparecimento de Eliza Samudio, ele tatuou nas costas uma declaração de lealdade ao goleiro, com a frase “Bruno e Maka – a amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir; amor verdadeiro”. No entanto, por conta dessa tatuagem, o atual advogado de Bruno, Rui Pimenta, o acusou de ser homossexual. Para o defensor, Macarrão teria traído Bruno e assassinado Eliza por ciúmes.

Macarrão levou a estudante do sítio até a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, em Vespasiano, onde teria sido morta. Além disso, as autoridades condenaram Macarrão a três anos de prisão pelo cárcere privado de Eliza em 2009. Posteriormente, em 23 de novembro de 2012, o tribunal o sentenciou a 15 anos de reclusão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza e seu filho, Bruninho. Durante o julgamento, ele afirmou em depoimento que entregou Eliza a um homem desconhecido, a mando de Bruno, confirmando pela primeira vez o envolvimento do goleiro no desaparecimento de Eliza.

Outros envolvidos

Marcos Aparecido dos santos, o bola: era um ex-policial civil, mas mesmo expulso da corporação, dava curso de adestramento de cães e sobrevivência a policiais civis do extinto Grupo de Resposta Especial (GRE). Segundo investigações teria matado Eliza por estrangulamento e escondido o corpo. Bola teria dado uma gravata nela, que ocasionou morte por asfixia.

Fernanda Gomes de Castro:

Na época, Fernanda estava envolvida em um relacionamento com o goleiro. Segundo as investigações, foi ela quem cuidou do filho de Eliza por dois dias na casa do jogador, localizada no Rio de Janeiro. Fernanda, mãe de um menino de 15 anos, conheceu Bruno em um bar quatro meses antes desses eventos.

Após a prisão, Fernanda chegou a passar mal na Penitenciária Feminina Estevão Pinto e foi levada para um hospital devido a um sangramento. No entanto, exames médicos descartaram a possibilidade de ela estar grávida de Bruno.

Cleiton da Silva Gonçalves, o Cleitão: amigo de Bruno admitiu ter dirigido o jipe do goleiro quando o veículo foi apreendido em 8 de junho de 2010, dois dias antes da morte de Eliza, de acordo com informações da polícia. Posteriormente, descobriu-se que quem estava dirigindo o carro era o primo de Bruno. As autoridades apreenderam o veículo devido ao atraso na documentação e no pagamento de impostos.

Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza

Aparentemente, mãe e filha não compartilharam muito tempo juntas. Após a separação do pai de Eliza, Sônia viveu com a filha em Foz do Iguaçu por um ano, enquanto Luiz Carlos Samudio, o pai, detinha a guarda. Depois de dois anos, Sônia se mudou para Mato Grosso do Sul, onde residia em um sítio em Anhanduí, a 30 km de Campo Grande.

Eliza voltou a morar com a mãe em 1999, quando tinha 14 anos. No entanto, um ano depois, a menina retornou para Foz de Iguaçu para viver novamente com o pai. Apesar do contato limitado com a filha, Sônia conseguiu na Justiça a guarda do neto.

Inicialmente, a guarda do menino ficou com Luiz, o avô, que foi até Minas Gerais buscar o neto. Quatro dias depois, Sônia obteve autorização para ficar com o neto, uma guarda que permanece até hoje.

Em maio de 2011, a Justiça de Foz do Iguaçu determinou a prisão de Luiz Carlos. Em segunda instância, o condenaram por atentado violento ao pudor contra outra filha, que na época tinha 11 anos. A mãe da menina fez a acusação em 2003.

Como está Bruninho hoje

Bruninho parece ter herdado o talento com a Bola, atualmente está jogando nas categorias de base do Athético Paranaense e demonstrando grande habilidade com a bola. E jogando como goleiro. Ele assinou seu primeiro contrato neste ano, precisamente em 22 de fevereiro, data que coincidiu com o que seria o aniversário de 39 anos de Eliza, sua mãe. Ele já vinha atuando no clube, porém não com vínculo oficial.

E a escolha de jogar na posição de goleiro, veio ao acaso. Em uma entrevista ele afirmou que: “Eu estava jogando em uma escolinha. Um goleiro toda hora não podia ir para o treino e eu falei: ‘deixa que eu vou’. E estou aí até hoje”.

Nota

Em julho de 2012, a Justiça do Rio de Janeiro reconheceu Bruno como pai da criança, tendo seu nome incluído na certidão de nascimento do filho de Eliza.

Em janeiro de 2013, após determinação da Justiça, o Cartório do Registro Civil de Vespasiano (MG) emitiu a certidão de óbito de Eliza. O documento confirma a morte da modelo por “emprego de violência aplicada na forma de asfixia mecânica (esganadura)”, e indica como local do crime rua Araruama, em Vespasiano, e a data do dia 10 de junho de 2010.

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