Muitas chances desperdiçadas custam caro ao Rubro-Negro, agora pressionado
Muitas chances perdidas, pouco ar. O Athletico pecou muito nos 45 minutos finais, perdeu as melhores oportunidades e acabou goleado por 5 a 0 pelo The Strongest no Estádio Hernando Siles, em La Paz, na noite desta terça-feira (3). Foi a segunda derrota seguida do time na Copa Libertadores da América.
A situação do Furacão ficou ainda pior com a vitória do Caracas sobre o Libertad, na Venezuela. Estacionado em quatro pontos, o Rubro-Negro caiu para a lanterna do Grupo B, três pontos atrás dos paraguaios e um a menos do que bolivianos e venezuelanos, respectivamente.
Quando a bola rolou, o Athletico até teve as melhores chances de sair na frente, mas ou errou o alvo, ou parou no goleiro Viscarra. Em uma partida física, os donos da casa apostaram em chutes de longe e, principalmente, na bola aérea. Em duas delas, dois gols e a vitória perante os seus torcedores, que vinham pressionando o Tigre nas últimas semanas.
Nem tudo está perdido na Libertadores para os athleticanos. A equipe agora terá dois jogos na Arena da Baixada (diante de Libertad e Caracas) e, se vencer ambas, tem boas chances de ir às oitavas de final. Já o The Strongest, agora vice-líder da chave, tem duas partidas fora contra Caracas e Libertad, enquanto os venezuelanos recebem o Tigre e visitam o Furacão.
Antes disso, o Rubro-Negro recebe o Ceará no próximo sábado (7), pelo Brasileirão, e duela com o Tocantinópolis-TO no meio da outra semana, pela volta da Copa do Brasil.
Furacão tem melhores chances, mas acaba castigado
Com uma formação focada na defesa, com três zagueiros e dois volantes, o Athletico estava pronto para um jogo físico, de bolas altas e chutes de longa distância. E foi o que se viu na maior parte do primeiro tempo em La Paz. Mais leve na frente, o Furacão buscaria o contra-ataque como principal arma ofensiva.
Foi assim que chegou logo aos cinco minutos, em arremate do atacante Vitinho que foi para fora. No lance seguinte, depois de escanteio, o zagueiro Lucas Halter mandou cabeçada no travessão do Tigre, mostrando que o empate não era o resultado que o Rubro-Negro queria. Os donos da casa só responderam aos 12, com chute de longe de Saucedo.
Antes dos primeiros 20 minutos, o The Strongest tinha mais de 60% de posse de bola, mas os visitantes seguiam tendo as melhores oportunidades – aos 18, outra vez Vitinho perdeu boa chance de abrir o placar. E o camisa 11 perdeu mais uma aos 21 minutos, quando entrou na área e mandou em cima do goleiro Viscarra.
Com a dificuldade do ar rarefeito e as várias oportunidades desperdiçadas, o Furacão foi perdendo contundência e o The Strongest cresceu. Aos 28, o zagueiro Jusino devolveu a bola no travessão, assustando o arqueiro Bento. E inspiração para usar a cabeça acabou recompensada três minutos depois.
Saucedo fez jogada pessoal pela esquerda e cruzou na cabeça do atacante Triverio. O camisa 11 do Tigre subiu entre Halter e Nico Hernández para vencer Bento e abrir o marcador. O Rubro-Negro sentiu, e jogadores como Erick e Vitinho demonstraram que, dentro de campo, já faltava ar, literalmente. Restava saber se fôlego novo daria outra dinâmica ao jogo.
O que estava ruim fica ainda pior
Sem alterações, os dois times voltaram para os 45 minutos finais com objetivos diferentes. Ou quase. O Athletico chegou aos arredores da área adversária com menos de um minuto, mas a estratégia boliviana seguiu a mesma, e deu resultado. Aos cinco minutos, depois de novo cruzamento na área, Triverio, mais uma vez, teve liberdade para cabecear e fazer o segundo.
Perdido e desorganizado, o Furacão ganhou fôlego novo com as entradas de Matheus Fernandes, David Terans e Vitor Bueno entram nos lugares de Lucas Halter, Bryan García e Cirino. Mas as mexidas em nada resultaram e, aos 31, outro gol do time local. Em jogada ensaiada, a bola levantada foi ajeitada de cabeça por Triverio e Prost, livre, fez o terceiro.
Já passavam dos 30 minutos e, sem um chute sequer contra o gol de Viscarra, o técnico Fábio Carille promoveu as entradas de Cuello e Pedro Rocha nas vagas de Vitinho e Hugo Moura. Nada que levasse algum perigo para o gol do Tigre. Pior: o The Strongest criou ao menos uma chance para fazer o quarto, que veio aos 45. Com cinco de acréscimos, deu tempo do quinto, em lance que a bola bateu por último em Erick e entrou.
Fim de partida e primeira vitória para os bolivianos, que aplicaram a sua maior goleada sobre um time brasileiro na história da Libertadores.